quinta-feira, 30 de junho de 2011

Até os mais experientes pecam no currículo

por Marina Gaspar , Canal Rh

Peça determinante em qualquer fase da carreira, o currículo nem sempre recebe a atenção que merece. Não é raro profissionais de níveis mais elevados esquecerem que o documento é estratégico para se conseguir novas e boas oportunidades. A consultoria britânica InterExec, especializada em recrutamento de executivos do alto escalão, fez um estudo dos currículos que recebe e percebeu muitos erros: 63% deles focavam em tarefas e não em conquistas, 54% eram longos demais e 51% traziam muitas informações irrelevantes. No Brasil, especialistas atestam que o cenário não é melhor.

“Constantemente recebemos CVs [curriculum vite] de diretores e vice-presidentes que não apresentam como a carreira foi estruturada. Eles pulam etapas e acabam por parecer que sempre foram diretores, mas as estruturas de base, como gerência e superintendência, podem ser de grande valia em um novo processo seletivo”, explica Andréa Marcelino, da Ramagui Consultoria em Recursos Humanos. Os executivos, segundo ela, muitas vezes procuram fazer um currículo sucinto e, embora os muito longos não sejam indicados, fica difícil resumir 20 anos de experiência em duas páginas.

Para Marcelo Braga, da Search Consultoria, não é obrigatório seguir um modelo. O profissional pode se apresentar ao seu estilo, mas precisa ser claro e ter bom senso na hora de medir a extensão do currículo. “O currículo é apenas uma primeira etapa. Ninguém contrata um profissional apenas com o documento. Ele precisa chamar a atenção para, em um segundo momento, o profissional dar mais detalhes de sua experiência”, diz o especialista. Braga considera a falta de veracidade das informações como o problema mais grave encontrado nos CVs, mesmo entre executivos dos níveis mais altos. “É comum os profissionais engrandecerem um pouco o seu tamanho real, o que traz transtornos para o processo e descrédito. Acontece entre profissionais de todos os níveis”.

Indispensável em qualquer idade

Um currículo bem-feito não é indispensável apenas para os jovens, que precisam impressionar no começo da carreira. “O profissional, mesmo aquele mais experiente, tem mais chances quando o currículo é claro. Por mais que a procura por talentos tenha aumentado, em todo processo seletivo há muitos candidatos. Se as informações não estiverem dispostas de forma correta, ele pode perder a chance”, explica Marcelo. Andréa destaca a importância de se manter o currículo atualizado, mesmo quando se está empregado. “Nunca sabemos quando uma grande oportunidade pode bater à porta”, ensina.

Para montar um currículo ideal, em qualquer fase da carreira, o importante é dar atenção à estrutura. As informações pessoais, bagagem educacional, qualificações e experiências precisam estar listadas. O detalhamento é que tem uma abordagem diferente. “O CV ideal para um executivo sênior é aquele em que ele possa apresentar a evolução de sua carreira de uma maneira clara, prendendo-se aos pontos importantes e interessantes da sua trajetória e dando destaque para as realizações. Deve-se escrever apenas o necessário, mas de forma a ser entendido por todos que lêem”, ensina Andréa.

Veja os principais erros listados pela InterExec a partir da análise dos currículos de executivos:
- 63% focam em tarefas e não em conquistas;

- 54% são muito longos;

- 51% trazem muitas informações irrelevantes;

- 35% usam muitos jargões e abreviações;

- 25% carecem de atenção aos detalhes;

- 24% são muito superficiais;

- 10% são arrogantes.

Fonte: http://migre.me/593LL

segunda-feira, 27 de junho de 2011

MTE autoriza entrada de 13 mil estrangeiros no 1º tri

Segundo a nota do Ministério do Trabalho e Emprego, o crescimento da procura de trabalho no Brasil reflete a expansão econômica local

por Célia Froufe, da Agência Estado

O governo brasileiro autorizou a entrada de 13.034 estrangeiros para trabalhar no País no primeiro trimestre deste ano, conforme dados divulgados hoje pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O número é 13% maior do que o período de janeiro a março de 2010 - na ocasião, foram concedidas 11.530 autorizações, conforme a Coordenação Geral de Imigração (CGIg) do MTE. Segundo a nota do Ministério, o crescimento da procura de trabalho no Brasil reflete a expansão econômica local.

Além disso, o Brasil concedeu autorizações por questões humanitárias, realização de shows e trabalho temporário, de acordo com o coordenador geral de imigração e presidente do Conselho Nacional de Imigração (Cnig), Paulo Sérgio de Almeida. "Foram concedidas a haitianos autorizações para permanência no Brasil, por questões humanitárias. A realização de espetáculos no Brasil também aumentou, elevando em aproximadamente 700 autorizações para artistas estrangeiros, e cerca de 900 autorizações a mais foram concedidas para tripulantes a bordo de navios de turismo estrangeiro operando no Brasil", detalhou Almeida por meio de nota do ministério.

O MTE salientou que o número de estrangeiros com títulos de mestres, doutores e pós-graduados e que procuraram o Brasil no primeiro trimestre dobrou de um ano para o outro, passando de 163 em 2010 para 323 este ano. De qualquer forma, mais da metade das pessoas de outros países que receberam o aval do governo para trabalhar em terras brasileiras possui nível superior completo de escolaridade ou equivalente, um total de 6.831 pessoas.

Pré-sal

Desde a descoberta de petróleo em território nacional, tem sido grande a entrada de estrangeiros no Brasil para trabalhar nessa área. O ministério divulgou que as autorizações para profissionais que trabalham a bordo de embarcação ou plataforma estrangeira que operam no Brasil, prestando apoio ao setor da exploração e produção de petróleo e gás no mar, somaram o maior número entre as temporárias; um total de 3.710 concessões. Apesar do número robusto, houve queda no volume de entrada em cerca de mil autorizações de janeiro a março de 2011 na comparação com o mesmo período de 2010.

Entre os Estados que mais receberam trabalhadores estrangeiros no período estão o Rio de Janeiro, com 5.286 autorizações concedidas, São Paulo, com 4.990, e Minas Gerais, com 550. O Piauí foi o único Estado que não recebeu nenhum trabalhador estrangeiro. Por país de origem, a maior quantidade de trabalhadores com autorizações concedidas entre janeiro e março foi dos Estados Unidos, em um total de 1.857 autorizações. Em seguida estão Filipinas (1.183), Reino Unido (1.042) e Alemanha (759). Entre os países da América do Sul, a maior quantidade de autorizações foi para os colombianos, com 221. Entre os países do Mercosul, a Venezuela lidera a lista, com 141 autorizações concedidas.

Fonte: http://migre.me/57Va7

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Pense bem, faça mais

Conhecer sua maneira de pensar pode ajudá-lo a cumprir metas. Saiba como organizar as ideias para ter mais resultados

por Você/SA

O administrador de empresas paulista Álvaro Barros, de 36 anos, gerente-geral da Viacom, programadora americana de televisão, reserva as duas primeiras semanas do ano para fazer uma lista de suas metas para os próximos 12 meses. "Divido em duas partes: os objetivos pessoais e os profissionais", diz.

Cada uma das abas é subdividida em diversos temas. Filhos, finanças, férias e saúde ficam na aba pessoal. Novos clientes, aumento de receita e contratações são alguns dos assuntos inseridos na aba profissional. Ao terminar, Álvaro imprime o documento e, pasme, coloca-o em uma pasta que o acompanha no dia a dia. Toda segunda-feira de manhã ele faz uma grande revisão dos objetivos.

É quando Álvaro desdobra as grandes metas em ações pontuais. "Minha primeira atividade é a preparação dos objetivos da semana", diz. Diferentemente da listagem anual, suas metas podem sofrer algumas alterações no decorrer do mês. Pode ser que você ache Álvaro extremamente metódico. Ele, porém, encontrou uma maneira eficiente de concretizar seus objetivos e minimizar as frustrações no trabalho e no plano pessoal.

"Já perdi a ilusão de cumprir tudo. Mas, sem dúvida, com esse método realizo muito mais coisas do que se não o fizesse", diz Álvaro. Existem várias formas de executar uma meta. O natural, no entanto, é fazê-lo sempre à mesma maneira — aquela a qual estamos acostumados e que já sabemos que dará certo. Especialistas em estilos cognitivos (ou estilos de personalidade) comentam que usar a mesma fórmula de execução tem vantagens, mas que há situações em que o método estruturado tem de dar lugar a um processo mais livre, mais criativo.

Se você trabalha em projetos distintos ou com equipes diferentes e não compreende esse ponto, corre o risco de entrar em atrito com o time ou o gestor da tarefa. "Estruturar o objetivo ajuda a alcançá-lo com agilidade e eficiência", diz Gazi Islam, professor de comportamento organizacional do Insper, de São Paulo. Mas viciar-se em um método de estruturação pode ser arriscado.

Gazi lembra que, até os anos 1980, fixar um objetivo e traçar caminhos para concretizá-lo era a regra. Estudos mais recentes passaram a contestar essa teoria. "Para funções criativas ou voltadas à inovação, o ideal é ter uma cabeça mais aberta e deixar o fluxo rolar, sem fórmulas", diz.

Qual é o seu estilo?

O ponto de partida é conhecer sua forma de pensar. De acordo com um estudo recente dos cientistas americanos Kachina Allen, Steven Ibara, Amy Seymour, Natalia Cordova, e Matthew Botvinick, o cérebro usa dois modelos básicos de planejamento. O primeiro afirma que uma ação leva a outra. Por exemplo: primeiro faço A, depois faço B para chegar ao C. O segundo diz que duas ações simultâneas são mais eficazes para atingir um objetivo.

Ou seja, faço A e B ao mesmo tempo para chegar ao C. Para Rafael Alcadipani, professor adjunto da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas (FGV-Eaesp), de São Paulo, no entanto, existem muitos outros modelos de planejamento mental. "O mais importante é saber qual é seu jeito de chegar ao resultado. Para isso, é preciso experimentar e descobrir qual fórmula funciona melhor para si." Essa é a maneira de detectar os erros e corrigi- los nas próximas execuções. "Também é a forma de identificar os êxitos e repeti-los", diz Jane Souza, consultora da Soma Desenvolvimento Corporativo, de São Paulo.

Conhecer de que maneira você planeja e executa suas ações pode ajudá-lo a cumprir seus objetivos com mais eficiência e aumentar os acertos. O efeito da prática pode ter impacto no seu bolso, já que os bônus são pagos por resultado. Agora, o maior benefício pode ser o fato de não ter de se deparar com aquela sensação, no final do ano, de que outros 12 meses se passaram e você não conquistou o que pretendia.

Confiança na intuição

AlAn Strozenberg, vice-presidente da agência de publicidade Z+, de 41 anos, e Max Petrucci, presidente da Garage interactive Marketing, de 43 anos, confiam na experiência que acumularam com os anos de trabalho e apostam na intuição para alcançar objetivos. "eu não faço anotações, tampouco elaboro diagramas. entendo qual é o objetivo e vou atrás dele", diz Max, da Garage. alan age da mesma forma: "Vou atrás da minha intuição", diz. a ciência define a intuição como a contribuição pessoal dos indivíduos para a solução dos problemas.

O jornalista e escritor Malcolm Gladwell, autor de Blink – A Decisão num Piscar de Olhos (ed. Rocco), afirma que a intuição é baseada no conjunto de conhecimentos próprios, adquiridos pelas múltiplas experiências de vida.

Profissionais mais experientes tendem a ter mais sucesso utilizando o método da intuição. segundo Max, o planejamento não é totalmente livre. estabelecer pequenas metas, como objetivos intermediários, ajuda principalmente quando a equipe também está envolvida e é importante que se visualize o caminho. o método permite detectar os erros mais facilmente durante a execução e faz com que o monitoramento dos objetivos por todos os integrantes seja mais fácil.

Fonte: http://migre.me/56V2a

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Comércio eletrônico procura profissionais com foco em inovação

por Amanda Luz, de Exame.com

Enquanto a expansão de grandes lojas do varejo segue a todo vapor para o mundo virtual, cresce a procura por profissionais preparados para a dinâmica de vendas online.

“Não há dúvidas de que há um ‘filão’ para profissionais interessados em entrar nesse mercado, com um crescimento apontado pelo setor de 30% ao ano”, explica André Assef, diretor operacional da consultoria Desix.

Se uma boa parte da economia deve migrar para o e-commerce nos próximos anos, aqueles que buscam colocação profissional na área devem ficar de olho nas mudanças do cenário.

“Constante atualização e foco em inovação são características esperadas desses profissionais e, por isso, eles devem sempre buscar especializações, voltadas para as particularidades da web”, diz Assef. Para o especialista, o desafio de quem trabalha na área é tornar o processo de compra cada vez mais dinâmico e atraente, de olho na experiência do usuário.

As carreiras de analista de sistemas, webdesign, analistas de mídias digitais e marketing digital, segurança da informação e arquitetura da informação estão entre as mais procuradas por recrutadores para o setor. Adquirir experiência em passagens por empresas na web ou ter conhecimento do que direciona o tráfego em internet é bem visto na hora de procurar emprego.

“Uma loja virtual se desdobra em várias profissões necessárias, cabe ao profissional graduado se especializar no segmento desejado”, explica Assef.

Fonte: http://migre.me/55yPK

quinta-feira, 16 de junho de 2011

IBM e USP oferecem certificação em Cloud

Por Rogerio Jovaneli, de INFO Online

A Escola Politécnica da USP fechou uma parceria com a IBM Brasil para oferecer capacitação e certificações em tecnologia.

A instituição de ensino se juntou à companhia no programa IBM Smart Professional, que visa atender à demanda do mercado por trabalhadores em TI, oferecendo certificações a estudantes, professores e profissionais da área.

O IBM Smart Professional oferece capacitação virtual, e as certificações são concedidas na própria universidade. Com o programa, a Poli pretende oferecer a seus alunos a possibilidade de obter conhecimento tecnológico de acordo com a necessidade do mercado.

A parceria começará ofertando as certificações em Cloud Computing e na linha de produtos WebSphere e posteriormente serão oferecidos outros conjuntos de certificações orientados a outros perfis tecnológicos.

Segundo pesquisa do IDC Brasil, as chances de um profissional certificado conseguir um emprego aumentam 53% em relação a profissionais que não possuem este título. Já para aqueles que já estão no mercado, o estudo mostra que os profissionais certificados podem alcançar salários de 10 a 100% superiores à média que o mercado paga a profissionais sem certificação que ocupam as mesmas funções.

Fonte: http://migre.me/54bdN

terça-feira, 14 de junho de 2011

China tem produção recorde de aço para maio

Mesmo com possível racionamento de energia, o país produziu 60,25 milhões de toneladas no mês

por Reuters

As siderúrgicas chinesas desafiaram o aperto no crédito, margens mínimas e um possível racionamento de energia para produzirem um volume histórico de 60,25 milhões de toneladas de aço em maio. O recorde veio apesar de uma ligeira queda no volume diário produzido.

A produção de aço diária do país caiu para 1,94 milhão de toneladas em relação ao pico atingido de 1,968 milhão, mas a indústria ainda espera que a produção se mantenha alta até que a calmaria sazonal na demanda ocorra em julho.

No geral, a produção chinesa de aço em maio foi 2 por cento maior que a de abril, segundo dados divulgados nesta terça-feira pela Agência Nacional de Estatísticas.

"Não vejo que haverá qualquer mudança muito grande em junho. A produção nas grandes siderúrgicas não foi cortada, especialmente na parte de longos, apesar de ter havido ligeira queda em planos", disse Hu Yanping, analista da consultoria Custeel.

A demanda por aço costuma começar a cair nos meses de alto verão, conforme a atividade de construção desacelera, e a siderúrgica Baosteel já cortou preços para entregas em julho em 200 iuans (30,85 dólares) a tonelada.

Operadores afirmam que, apesar da demanda não estar espetacularmente alta agora, ela está se mantendo num nível razoavelmente positivo.

"A demanda doméstica está razoável agora com o mercado preocupado com uma inflação em nível tão elevado, mas eu não espero que os preços caiam tanto em junho depois das quedas em maio", afirmou um operador em Pequim.

Por enquanto, as medidas de aperto no crédito na China não tiveram impacto visível na produção de aço e também não conseguiram conter a alta na inflação, que atingiu um pico em 34 meses em maio, a 5,5 por cento.

Analistas sugerem que as siderúrgicas da China estão tentando produzir o máximo que puderem antes de um esperado aperto na oferta de eletricidade durante o verão, em que a escassez de capacidade pode chegar a 40 gigawatts.

As siderúrgicas devem ser as primeiras a sofrer com qualquer campanha nacional de redução no consumo de eletricidade quando o consumo de energia atingir o pico no próximo mês.

A produção de aço bruto na China tem se mantido em mais de 1,9 milhão de toneladas por dia desde fevereiro, ante uma média de 1,7 milhão no ano passado, apesar dos alertas da associação do setor, Cisa, de que excesso de produção está erodindo as margens de lucro do setor.

"As siderúrgicas chinesas estão produzindo tanto porque ainda estão conseguindo lucro, apesar de não ser um ganho muito grande", disse um operador em Pequim.

Fonte : http://br.reuters.com/article/businessNews/idBRSPE75D03920110614

terça-feira, 7 de junho de 2011

Como R&S pode contribuir para T&D?

Confira a entrevista realizada com a Diretora da Quatre, Daniela Vidigal ao blog 'Para falar de Educação Corporativa', sobre o tema ''Como R&S pode contribuir para T&D? ''.

''educacaonaemrpesa.blogspot.com entrevista Daniela Vidigal Godinho (Quatre-RH)

Hoje, com muita satisfação, o blog traz sua primeira entrevista com um profissional do mercado de RH, para contribuir com as nossas discussões. E o tema de hoje surgiu, felizmente, de um comentário da Carla Sampaio, nossa seguidora do blog, que levantou “a necessidade da integração dos subsistemas de RH, onde o R&S deveria ter o papel de pontuar a área de T&D, após a contratação de um profissional, sobre os principais gaps a serem desenvolvidos. Dessa forma, os resultados das avaliações de desempenho poderiam se tornar melhores e o profissional mais bem preparado para esse cenário agressivo, onde se exige da empresa um dinamismo cada vez maior”.

Instigado pela mensagem tão contundente da nossa seguidora, fui buscar na minha rede alguém que pudesse contribuir ainda mais com a questão pontuada. Assim, acionei uma grande parceira e-Lead, Daniela Vidigal Godinho, a quem agradeço muito pela contribuição. Ela é Cientista Social pela Universidade Federal de Minas Gerais, International Coach certificada pela ICC (International Coaching Community), atuante há mais de 15 anos na área de Recursos Humanos e uma das diretoras da Quatre Recursos Humanos.

Confiram abaixo a nossa entrevista!

Educacaonaempresa.blogspot.com: Como diretora da Quatre Recursos Humanos, como você avalia hoje o mercado de mão-de-obra em relação à qualificação dos profissionais?

Daniela Vidigal Godinho: Evidentemente o Brasil não estava preparado para o grande aumento da demanda por profissionais. A reação do Brasil à crise financeira de 2008 e toda a conjuntura macroeconômica global culminaram em novos investimentos em nosso país, tanto internos como vindos de outros países, o que explica o aumento na oferta de oportunidades de trabalho.


Educacaonaempresa.blogspot.com: A que você atribui a dificuldade tão falada ultimamente em encontrar profissionais qualificados para recrutamento e seleção?


Daniela Vidigal Godinho: Há um déficit se confrontamos a disponibilidade de “mão-de-obra” frente às atuais demandas. Esse é, portanto, o aspecto quantitativo do problema, que é mais grave em certas áreas (a exemplo de óleo e gás, mineração, construção civil, tecnologia etc.) que em outras.
Paralelamente, a dinâmica do atual cenário exige diversas competências tanto técnicas, quanto comportamentais e de gestão, que não necessariamente se encontram já desenvolvidas em muitos profissionais. Nesse aspecto “qualitativo”, há tanto os profissionais que receberam uma educação de nível superior de qualidade “duvidosa”, quanto aqueles cuja “atitude” não se mostra pronta para fazer frente ao que se exige.

Esse cenário tem tido como conseqüência uma série de fatores e ações para se enfrentar o que se chama apropriadamente de “apagão de mão-de-obra”. Entre esses diversos fatores e ações, destaco o retorno de muitos executivos brasileiros expatriados; o reingresso no mercado de trabalho de muitos profissionais aposentados; o aumento da imigração laboral no Brasil com a chegada de estrangeiros em busca de trabalho; fortíssimas políticas de retenção por parte das empresas na tentativa de evitar a temível evasão de talentos. Ocasionalmente, temos visto demissão de profissionais por inadequação às novas e elevadas exigências, mas isso não chega a criar uma “massa crítica”, uma tendência estatística.

Educacaonaempresa.blogspot.com: Você acredita que o Recrutamente &Seleção pode contribuir para as estratégias de formação nas empresas? Como?

Daniela Vidigal Godinho: Os processos de Recrutamento & Seleção acabam funcionando como um termômetro muito imediato dessa realidade e “mapeiam” o cenário – o que é até mesmo uma pré-condição de sua operacionalização, de seu desenvolvimento. Certamente essas impressões podem ajudar a criar diretrizes de Treinamento & Desenvolvimento nas áreas mais deficitárias.

Educacaonaempresa.blogspot.com: Qual a responsabilidade das empresas e como podem contribuir para diminuir a defasagem de educação profissional no mercado?


Daniela Vidigal Godinho: Sem dúvida que investir em Treinamento& Desenvolvimento, bem como em processos de Coaching, é a medida que pode trazer soluções mais rápidas e eficazes. E é o que as empresas mais “dinâmicas” e atentas já estão fazendo.

Educacaonaempresa.blogspot.com: Cite cases ou situações em que o seu trabalho com Recrutamento & Seleção foi norteador para ações de T&D e formação junto a seus clientes/parceiros:


Daniela Vidigal Godinho: Uma empresa chegada de outro país não contava com a falta de profissionais qualificados na área de TI, que são a base de sua operação e de seu negócio. E a demanda de contratação era da ordem dos milhares. Além disso, demandava equipes bilíngües e a fluência em inglês era fundamental para a operação, que não se restringe ao Brasil. Essa competência em inglês também tem estado abaixo das necessidades que se apresentam.

Essa grande corporação, a partir do trabalho de Recrutamento & Seleção realizado pela Quatre e toda a métrica gerada pela busca por preencher tais posições, acabou por servir como base na decisão pelo investimento sistemático em treinamento, tanto na qualificação técnica em tecnologia e softwares específicos, quanto na habilidade em idiomas.

Para dar minha contribuição ao tema, acredito que o R&S pode sim agregar muito ao trabalho com T&D, na perspectiva da educação corporativa estratégica. O uso de indicadores como número de candidatos recrutados por área e seu turn-over, confrontados com causas de dispensa e os desenhos dos cargos (o que a empresa espera do funcionário, seu perfil e atribuições) é um trabalho minucioso que gera bons resultados porque auxilia a mapear necessidades de investimento em competências específicas do negócio.

Essa ampliação da visão de todos os subsistemas de RH é extremamente importante para melhorar os resultados e dar mais credibilidade à área.


Fonte: http://educacaonaempresa.blogspot.com/

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Setor ferroviário deve criar mais de 4 mil vagas neste ano

Com a falta de mão de obra qualificada, empresas treinam funcionários internamente

por Patrícia Lucena, iG São Paulo

O transporte ferroviário de cargas no Brasil vem crescendo ao longo dos anos, desde a concessão das ferrovias para iniciativa privada – e com ele, a necessidade de contratação de mão de obra especializada.

De 1997 até o final de 2010, a movimentação de cargas aumentou 86%, passando de 253,3 milhões de toneladas para 471,1 milhões de toneladas, de acordo com os dados da Associação Nacional dos Transportes Ferroviários (ANTF). "A previsão para esse ano é que atinja 530 milhões de toneladas", afirma Vicente Abate, presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer).

De 2003 a 2010, a indústria ferroviária investiu mais de R$ 1,1 bilhão para modernizar, ampliar e construir fábricas, segundo Abate. Com isso, houve um significativo aumento da oferta de vagas no setor.

O número de empregos, diretos e indiretos, também cresceu desde que a iniciativa privada assumiu as ferrovias brasileiras. Para este ano, Abate acredita que o setor deve continuar crescendo, mas de forma mais sustentável. "Serão investimentos de manutenção do que já foi feito ao longo desses anos." Com isso, a previsão para este ano é que 43 mil profissionais estejam empregados, o que representa um aumento de 4.405 vagas, ou 11,4% em relação ao ano passado.

Segundo a ANTF, o aumento acumulado de 1997 a 2010 foi de 131,6%. Com isso, cresceu também a necessidade de qualificação dessa mão de obra, principalmente em funções das obras.

Na empresa de logística ALL, uma das principais concessionárias do setor, a previsão é de criar neste ano um número total de 3 mil vagas, sendo 2,7 mil para as áreas administrativas e operacionais e outras 300 para técnicos e especialistas. Além disso, em julho a companhia abrirá seu processo de seleção para o Programa de Trainee 2012, que não tem limite de vagas, mas tradicionalmente seleciona cerca de 20 candidatos.

Abate destaca que, mesmo assim, ainda falta mão de obra qualificada. Para isso, as concessionárias estão investindo muito em treinamento, com cursos de extensão e pós-graduação. Há também treinamentos oferecidos pelo Serviço Nacional da Indústria (Senai) e escolas técnicas de especialização em ferrovias. "O 'chão de fábrica' é qualificado internamente pelas empresas e pelo Senai. Nos casos mais técnicos e superiores, há os cursos de extensão." Na ALL, por exemplo, toda mão de obra qualificada da empresa é formada internamente.

Formação

Os profissionais nessa área, geralmente, possuem formação em Engenharia. Mas, segundo Abate, a Abifer está propondo, junto a universidades e centros de estudos específicos, elaborar um curso de graduação específico em Engenharia Ferroviária. "Há demanda de profissionais qualificados nesse setor em função do crescimento contínuo, mas apenas os cursos de extensão não são suficientes", destaca Abate.

Por isso, as empresas vêm optando por qualificar seus profissionais internamente. A ALL, que oferece programas de captação específicos para estagiários, recém-formados e engenheiros. A companhia também possui treinamentos técnicos para maquinistas, mecânicos e operadores de produção. Para isso, foi criada a Universidade ALL (UniALL), que coordena todo o modelo de treinamento, reciclagem e desenvolvimento.

A "universidade" da empresa possui treinamentos e capacitações específicas nas áreas de interesse do setor, como formação de supervisores, de operadores de produção, de motoristas, de técnicos, de maquinistas, e reciclagem de maquinistas. Nos módulos de formação técnica, a primeira etapa é desenvolvida ao longo de um ano pelo Senai, com treinamentos de base, conceituais e de teorias de introdução às áreas de mecânica, eletrônica e metrologia. A segunda etapa é totalmente desenvolvida na UniALL, com aperfeiçoamento das áreas e conhecimentos específicos do setor, totalizando, em ambas as etapas, mais de 560 horas de treinamento.

Hoje, 90% dos diretores, 92% dos gerentes e 80% dos coordenadores da ALL foram formados internamente.

Fonte : http://migre.me/4JGHt