segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Empresas já usam o Twitter para anunciar empregos para jovens

de Caroline Pellegrino, colaboração para a Folha

O Twitter entrou na rota dos selecionadores. Para achar profissionais jovens e dinâmicos, já anunciam vagas no site. "O sênior geralmente não usa as redes. Alguns têm preconceito com o Twitter, devido à exposição", avalia Claudia Monari, 44, consultora da Career Center.

Especialistas acreditam que a ferramenta será cada vez mais usada. "A maioria das vagas é voltada para o público de comunicação. Nos próximos anos também serão para profissionais como engenheiros e advogados", afirma Ana Cristina Limongi França, 57, coordenadora do curso de qualidade de vida
da FIA (Fundação Instituto de Administração).

Os jovens também estão de olho nas oportunidades da rede. Atualmente, 75% dos candidatos a trainee buscam vagas em sites de relacionamento, segundo o departamento pessoal da ALL (América Latina Logística).

"Criamos perfis nas redes sociais e publicamos informações sobre a empresa, além de direcionar o usuário para o site com as vagas", explica a responsável pelo programa de trainee da ALL, Marcela Marques Aidar.

A estudante de relações públicas Amanda Allegrini, 18, soube de uma vaga de analista de redes sociais por um anúncio no Twitter. No dia seguinte, recebeu ligação do recrutador e foi efetivada.

DICAS

O publicitário Pedro Thompson Henriques de Andrade, 26, também conseguiu emprego na rede. "Uma amiga repassou a vaga. Comecei a seguir o perfil da empresa e enviei meu portfólio. No dia seguinte fizemos contato e me contrataram."

Para tirar bom proveito da rede social, os primeiros mandamentos são apostar em informações úteis e nunca publicar mensagens de cunho negativo.

"Não contrataria alguém que escreve "que saco, hoje é domingo!" ou "hoje é sexta-feira, não aguento mais trabalhar". Isso demonstra acomodação", afirma Marynes Pereira, 49, "coaching" de carreiras da Provider Solutions.

"Deve-se tomar muito cuidado com as fotos. Não combina um executivo de regata ou uma profissional de biquíni", diz Matilde Berna, 52, diretora de transição de carreira da Right Management.

Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/mercado/790640-empresas-ja-usam-o-twitter-para-anunciar-empregos-para-jovens.shtml

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Desemprego na RMBH em julho foi de 8,3%

de Juliana Gontijo, do Diário do Comércio

Resultado mais baixo desde 1996.

A taxa de desemprego na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) caiu 0,2 ponto percentual em julho e fechou o mês em 8,3%, após alcançar 8,5% em junho, segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada pela Fundação João Pinheiro (FJP), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese-MG), Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), divulgada ontem. O resultado do sétimo mês deste ano foi o mais baixo da série histórica, iniciada em 1996, para o período e o menor de 2010 até o momento.

De acordo com o coordenador técnico do levantamento, Mário Marcos Sampaio Rodarte, o resultado se deve à redução de 0,2% (6 mil) no número de pessoas economicamente ativas e à estabilidade no contingente de ocupados.

Em julho contra o mês anterior, a construção civil foi a atividade que apresentou o incremento mais expressivo na criação de vagas, com alta de 6,5%, ou 11 mil postos a mais. Outro segmento que registrou resultado positivo foi o comércio, com 3,6%, ou 12 mil vagas.

Já a indústria apresentou recuo de 5% no número de ocupados na RMBH nesse tipo de comparação. Foram 16 mil postos de trabalho a menos. Em seguida, se destaca negativamente a categoria "outros", que inclui serviços domésticos, agricultura, pecuária, extração vegetal e outras atividades, com retração de 2% ou menos 3 mil vagas. O segmento de serviços também registrou recuo, mas num patamar menor (-0,3%), o que significou queda de 4 mil vagas na Grande BH.

Conforme o levantamento, em julho a RMBH teria 205 mil desempregados, enquanto que em junho do mesmo ano eram 211 mil, o que representou recuo de 2,8%. Na comparação com julho passado, a queda é ainda maior (-25,2%). Naquele mês, o contigente de pessoas sem emprego chegava a 274 mil.

A População Economicamente Ativa no sétimo mês de 2010 foi estimada em 2,471 milhões, total -0,2% inferior ao contabilizado em junho do presente ano (2,477 milhões). Na comparação com julho de 2009, também foi verificado recuo (-1% ou 2,495 milhões). Em julho, o número de ocupados na RMBH permaneceu estável frente ao ano anterior e foi estimado em 2,266 milhões.

De acordo com a pesquisa, o tempo médio de procura por um emprego na Região Metropolitana de Belo Horizonte foi de 43 semanas, uma a menos em relação ao mês anterior. No que se refere à forma de contratação, no sétimo mês deste ano foi verificado redução do total de assalariados (-16 mil), reflexo da redução do emprego público (-9 mil) e privado (-7 mil).


Fonte: http://www.diariodocomercio.com.br/

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O que não fazer na hora de elaborar seu currículo

  • Não utilizar verbos na primeira pessoa.
  • Utilização de fotos somente quando exigido (recepcionistas, modelos, etc). Evite fotos informais (situação de lazer, trajes íntimos,etc).
  • Não usar papéis perfumados ou coloridos.
  • Muito cuidado com a gramática: erros de português são imperdoáveis. Peça uma revisão para alguém habilitado.
  • O currículo não deve ser longo demais. A média de avaliação de cada CV é de 50 segundos a 1 minuto e meio, se o documento tiver mais de 4 páginas você correrá o risco do seu CV não ser lido inteiramente.O contrário também não deve acontecer: não diminua fonte,compactando parágrafos. O texto ficará desagradável e de difícil leitura.
  • Nunca coloque número de documentos como RG, CPF, CTPS.
  • Não tente rechear o currículo com cursos inúteis: Caligrafia em 1962, Datilografia em 1979... Meditação... Só utilize aqueles relacionados à sua área de interesse e/ou atuação.
  • O item viagens internacionais somente deve estar no CV se forem relacionadas à área de trabalho ou estudo (idioma).
  • Evite frases de efeito/jargões no decorrer do texto ou no final do documento: “sou uma pessoa de fácil relacionamento”, “Se Deus é por nós, quem será contra nós!”.
  • Nada de assinatura ao final do currículo.
  • Evite deixar sua pretensão salarial à vista: opte sempre por discuti-la na entrevista.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

‘O LinkedIn mudou a forma como as pessoas procuram emprego’, diz Arvin Rajan

Vice-presidente de operações internacionais do LinkedIn fala sobre a expansão da rede social no Brasil e dá dicas para quem quer inscrever o próprio perfil no site.

de Letícia Bragaglia, do Economia & Negócios

SÃO PAULO - Com mais de 75 milhões de usuários, a maior rede social do mundo voltada exclusivamente para profissionais está se popularizando também no Brasil. Desde que o LinkedIn foi traduzido para o Português, em abril deste ano, o número de pessoas com perfil no site dobrou para 2 milhões no País.

Em entrevista ao Economia & Negócios, o vice-presidente de operações internacionais do LinkedIn, Arvin Rajan, explica que o site funciona como poderosa rede de contatos, uma espécie de vitrine virtual, na qual o profissional exibe suas qualificações. "Não são apenas as pessoas que procuram por oportunidades no LinkedIn, mas também as empresas do mundo todo estão procurando as pessoas certas para suas vagas no site. Portanto, o Linkedin realmente transformou a maneira como as pessoas procuram empregos e as empresas procuram funcionários," diz Rajan. O executivo lembra que, atualmente, 60% das grandes companhias norte-americanas recorrem ao LinkedIn na hora de procurar profissionais para preencher suas vagas.

Assista o vídeo da entrevista completa, na qual Arvin Rajan fala sobre a expansão do site no Brasil e dá dicas de como usá-lo da melhor forma possível.

Acesse (link para a entrevista): http://economia.estadao.com.br/videos/videos,arvin-rajan-o-linkedin-mudou-a-forma-como-as-pessoas-procuram-emprego,116077,a,0.htm

Fonte: http://economia.estadao.com.br/noticias/negocios+servicos,o-linkedin-mudou-a-forma-como-as-pessoas-procuram-emprego-diz-arvin-rajan,32554,0.htm

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Financial Times: eleições no Brasil preocupam pouco o investidor estrangeiro

deDiogo Max, de EXAME.com

São Paulo - O jornal Financial Times, um dos mais respeitados do mundo dos negócios e da economia, publicou nesta sexta-feira uma reportagem que compara as eleições de 2002 - a primeira em que Lula foi eleito - com a atual. Para a publicação, a corrida presidencial de hoje revela pouco sinal de preocupação para os investidores estrangeiros.

A reportagem lembra a turbulência econômica de 2002, quando o índice Ibovespa despencou e o real chegou a uma desvalorização de 40% - reflexos causados pela possível entrada de um "populista, Luiz Inácio Lula da Silva". "Com a melhoria da política e da economia na última década, juntamente com a independência de fato do banco central, a paisagem mudou", diz o texto.

O Financial Times endossa a visão do analista Philip Poole, do HSBC, que afirma que o Brasil passou relativamente confortável pela crise financeira, refletindo uma boa gestão econômica e um sistema bancário expurgado de influências. Para o jornal britânico, o Brasil deve ter um forte aumento do PIB e uma expansão na renda de seus trabalhadores.

A reportagem ainda lembra que existem riscos pairando sobre o Brasil, mas que eles estão ligados a fatores externos, como no setor de commodites que pode sofrer com a desaceleração do crescimento chinês.

Fonte: http://portalexame.abril.com.br/economia/brasil/noticias/financial-times-eleicoes-brasil-preocupam-pouco-investidor-estrangeiro-589548.html

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Brasil será um dos países com maior geração de empregos neste ano

da Redação, com Agência Brasil (redação de Bárbara Forte)

O Brasil será um dos países que proporcionalmente mais vai gerar empregos em 2010, segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Desde o início deste ano, destacou ele, o país criou 1,5 milhão de postos de trabalho.

Proporcionalmente, o Brasil será um dos países que mais ganhará empregos em 2010, disse, nesta quinta-feira, Mantega, durante pronunciamento na cerimônia de premiação de 31 empresas pela revista IstoÉ Dinheiro.

Segundo o ministro, com os avanços econômicos, o país está se tornando, inclusive, um importador de talentos. “Estamos importando trabalhadores. Não são apenas os brasileiros que foram trabalhar fora que estão voltando. Também há trabalhadores estrangeiros vindo para o Brasil.”

Postada em 13 de agosto de 2010.
Fonte: http://www.band.com.br/jornalismo/economia/

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

CSN pode ser parceira da Ferrous em nova usina

Negociação estaria avançada.

de Luciane Lisboa  - Diário do Comércio

A Ferrous Resources Brasil Ltda pode ter como parceira para a construção de um complexo siderúrgico em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira - um investimento de cerca de US$ 2 bilhões - a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Fontes ligadas às empresas afirmaram que a negociação entre elas está avançada e deve ser concretizada nos próximos 60 dias.


Conforme uma das fontes, a parceria com a CSN seria estrategicamente favorável para a Ferrous e para a siderúrgica, por atender um conjunto de sinergias. "Favorece a logística do transporte da produção na siderúrgica, já que a Ferrous passará a utilizar o porto de Sepetiba e a malha ferroviária da MRS Logística, cuja CSN detém participação", afirmou a fonte.

Além disso, conforme a mesma fonte, há ainda a questão política. "Com a parceria, a CSN atenderia a demanda política por conta de exigências de contrapartidas ambientais por parte do governo de Minas, que anda insatisfeito com a morosidade dos investimentos previstos pela siderúrgica em Congonhas, e também da Ferrous em relação à construção do mineroduto", ressaltou.

A CSN, por meio de sua assessoria, informou que não vai comentar "especulações de mercado". Já a assessoria de comunicação da Ferrous divulgou nota limitando-se a informar que "o processo para a busca da parceria estratégica para o desenvolvimento dos projetos siderúrgicos em Juiz de Fora e Presidente Kennedy (ES) ainda está em fase de estudos".

Aço Cearense - Além da CSN, a Aço Cearense, empresa produtora de tubos de aço, perfis, chapas , slitters e conformados de aços planos em geral, instalada no Ceará - maior importadora de aços planos do Brasil - também poderia vir a formar uma parceria com a CSN para a construção do complexo siderúrgico de Juiz de Fora. No entanto, ninguém na empresa foi encontrado para falar sobre o assunto.

A siderúrgica que será construída em Juiz de Fora terá capacidade inicial de produzir 1,3 milhão de toneladas de aços longos por ano, destinado exclusivamente ao mercado interno.

Segundo informações fornecidas anteriormente pelo presidente-executivo da mineradora, Mozart Kraemer Litwinski, no novo negócio, a empresa vai cuidar da exploração do minério de ferro e busca um parceiro para tocar as operações siderúrgicas.

Cerca de 60% dos recursos necessários para a construção do complexo minero-siderúrgico serão provenientes de linhas de financiamento captadas junto à instituições financeiras. O restante será aplicado pelo novo sócio e pela própria mineradora.

"A Ferrous não está preocupada em ficar com o controle do negócio, que pode ficar nas mãos do parceiro", afirmou a fonte.


Projeto - Segundo o CEO da Ferrous, a mineradora está desenvolvendo o projeto conceitual do complexo minero-siderúrgico e ainda não tem projeções de quando o empreendimento entrará em operação. A implantação da usina em Minas Gerais é uma contrapartida à utilização de recursos naturais do Estado.

A Ferrous possui um plano de investimentos que prevê a ampliação da produção nas minas, além da construção de um mineroduto de 400 quilômetros de extensão, de Congonhas, Campos das Vertentes, até Presidente Kennedy, no Espírito Santo.

O mineroduto demandará aportes de US$ 3 bilhões e será implantado em duas fases. A mineradora estima que a primeira etapa de instalação do duto, orçada em US$ 1,5 bilhão, deve ter a licença de instalação (LI) concedida entre abril e maio de 2011, com início das operações previsto para o final de 2013 e capacidade de transportar 25 milhões de toneladas do insumo siderúrgico por ano.

Será aplicado cerca de US$ 1,5 bilhão na construção da segunda etapa do mineroduto, que só deve entrar em operação no começo de capacidade será de 25 milhões de toneladas anuais, o que, somada ao primeiro duto, eleva o potencial de transporte de minério de ferro para 50 milhões de toneladas por ano.

O mineroduto vai atender à demanda de escoamento da produção dos ativos da mineradora, localizados no Quadrilátero Ferrífero. Eles são compostos pelas minas Serrinha e Esperança, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), Santanense, em Itatiaiuçu, na região Central, Viga, em Congonhas, e Viga Norte, em Itabirito (Central).


Congonhas - A CSN também poderá fazer novos aportes em Congonhas. O município poderá receber parte dos investimentos da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) da ordem de R$ 3,3 bilhões no segmento de aços longos até 2013. O grupo siderúrgico já possui plano de aportes da ordem de R$ 6,5 bilhões na implantação de uma usina de placas na região.

De acordo com a CSN, o município mineiro está entre os locais que estão sendo estudados pela companhia para receber os aportes. "Mas ainda não há nada definido", disse na quarta-feira passada o diretor executivo da companhia, Paulo Penido.

A proximidade e a sinergia com a mina de Casa de Pedra são um dos fatores que pode viabilizar o projeto para o município mineiro.

O projeto do grupo siderúrgico compreende a implantação de três usinas de aços longos, com capacidade instalada de 500 mil toneladas/ano cada. Um dos equipamentos está em fase de instalação em Volta Redonda(RJ).

Segundo Penido, as três usinas, com capacidade nominal de 1,5 milhão de toneladas anuais, deverão estar em operação entre 2012 e 2013. A companhia já havia fechado contrato com uma empresa chinesa para a construção de duas miniusinas de aços longos.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Cresce no país a necessidade de profissionalizar funções que possam concretizar projetos na área da cultura

Correio Braziliense

de Viviane Marques para o Correio Braziliense

Leis de incentivo, editais, patrocínios: faz alguns anos que colocar projetos culturais na rua exige conhecimentos muito além do talento artístico. A necessidade empurrou produtores e artistas para a profissionalização num caminho invertido — primeiro, na prática, agora, na teoria. O gestor cultural tornou-se uma figura obrigatória em instituições e eventos públicos e privados, planejando e conceituando projetos. Como consequência, cursos de graduação e pós-graduação em gestão cultural pipocam de norte a sul do Brasil. Um levantamento feito pela Associação Brasileira de Gestão Cultural (ABGC), com sede no Rio de Janeiro, contabiliza 74, em todo o país — todos com menos de 10 anos de existência.

O 75º será o primeiro de Brasília: na próxima quarta-feira, entra em sala a primeira turma da pós-graduação em gestão de espaços e projetos culturais da Faculdade de Artes Dulcina de Moraes. Com duração de 410 horas, trará professores que atuam no mercado e dão aulas em todo o Brasil. Mas, afinal, o que faz um gestor cultural? Qual o seu papel na indústria de arte e entretenimento?

Por novo, o papel do gestor ainda esbarra na função do produtor e muitas vezes uma mesma pessoa exerce ambas as funções simultaneamente. Para Kátia de Marco, presidente da ABGC, esse acúmulo é um equívoco. “Pela complexidade da institucionalização da cultura não é possível dar conta das duas atividades ao mesmo tempo. O gestor precisa saber direito, economia, sociologia. Ambas são áreas de conhecimento em que é necessário se aprofundar”, comenta ela, que também é coordenadora acadêmica de cursos de pós-graduação na área cultural da Universidade Cândido Mendes (RJ) — entre eles, o primeiro MBA em gestão cultural do Brasil, em funcionamento desde 2003.

O professor e pesquisador Antônio Albino Rubim, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), vê o gestor cultural como aquele que atende a demanda da gestão de instituições e de programas culturais mais estáveis, de longa duração, enquanto os produtores seriam mais voltados à organização de eventos específicos. “Claro que eles têm competências em comum, mas também possuem atribuições e formações distintas”, afirma ele, que é membro do Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade da universidade.

Perfil

“Há ainda pouco entendimento do que é papel do gestor e do que é do produtor”, assinala a gestora cultural Maria Helena Cunha, autora de Gestão cultural, profissão em formação, publicado em 2007, um dos livros de referência nos cursos de formação na área. Sócia da Duo Informação e Cultura, em Belo Horizonte, ela comenta que, além da necessidade, muitos produtores se tornaram gestores por uma questão de perfil. E um tem que entender o papel que o outro desempenha, pois são complementares. “O gestor tem uma função mais estratégica, de planejamento. E o produtor é mais executivo, está ali para colocar a mão na massa, estar à frente. Tanto um quanto outro podem ter uma ação pontual numa instituição ou projeto, embora a lógica do gestor seja a de pensar mais a longo prazo. É a forma de atuação que diferencia os dois profissionais”, compara.

Outra distinção se apresenta entre gestores culturais que atuam nas esferas do poder público e da iniciativa privada. “O gestor cultural da área pública deve ser governado pelo interesse público e nunca por interesses particulares, como muitas vezes acontece, infelizmente, na iniciativa privada”, assinala Rubim. Maria Helena observa que a formação de ambos é parecida, mas que a lógica do gestor público é que seu trabalho está focado no cidadão. “Quem atua no setor privado precisa entender o mercado e as diretrizes vindas do poder público, senão fica para trás”, diz.

No peito e na raça

Dois dos principais gestores culturais da capital foram formados na universidade da vida, trabalhando, criando e colocando projetos na rua. Sérgio Bacelar, da Alecrim Produções, é bacharel em direito, enquanto Guilherme Reis, da Cena Produções Culturais, é um ator que migrou para a produção e daí, para a gestão. O primeiro realiza o Festival do Teatro Brasileiro, que leva espetáculos de um estado a outro, promovendo intercâmbio de linguagens e apresentando a produção realizada em regiões diferentes da que sedia o evento. Reis é responsável pelo Cena Contemporânea — Festival Internacional de Teatro, que traz a Brasília espetáculos nacionais e internacionais cuja proposta é associar reflexão e entretenimento.

“Talvez eu tenha me tornado um gestor pela ausência deles. Sempre houve bons produtores no eixo Rio-São Paulo, mas no resto do Brasil era preciso se virar. Desde então me divido. Hoje já há uma segmentação do mercado”, comenta Reis, que começou sua carreira nos anos 1970.

Bacelar, que flertou com a pintura e a escultura, esteve à frente do Caderno 2, bar que promovia eventos de música e teatro no fim dos anos 1980 e início dos 1990. Foi aí que começou a ter contato com produtores e a entender de gestão. Em 1999, começou a se especializar em conceber projetos para concorrerem a patrocínio em editais de órgãos públicos. “Meu perfil é gerir o que idealizo. Fui aprendendo todas as etapas e eu mesmo desenvolvi essa gestão administrativa”, diz.

O aprendizado prático, no entanto, vem perdendo espaço para cursos de formação. A pós-graduação em gestão de espaços e projetos culturais da Dulcina de Moraes é o sinal de que Brasília está na rota da formalização da profissão. Para montar o currículo, a instituição buscou parcerias e professores reconhecidos no mercado, entre eles Ana Carla Fonseca Reis, consultora da ONU, e Rômulo Avellar, consultor de planejamento do grupo Galpão e outros grupos artísticos e entidades culturais. “Planejamento, comunicação, marketing, financeiro, como organizar eventos culturais e estudos de caso serão alguns aspectos abordados no decorrer do curso, que será teórico e prático. Os alunos vão a campo, acompanharão projetos e simularão a venda de produtos culturais”, enumera a diretora da faculdade, Lúcia de Andrade.

Mais que formação, no entanto, os candidatos a gestores culturais precisam educar o olhar, na opinião de Maria Helena Cunha, da Duo Informação e Cultura. “É um profissional que tem que ter capacidade de organizar, objetividade para lidar com ferramentas de gestão e, ao mesmo tempo, entender a lógica da cultura e ter sensibilidade para entender processos criativos”, afirma.

Estabilidade favorece ao crescimento da profissão de gestor cultural

O crescimento na quantidade de cursos de formação em gestão cultural no país — sem falar nos de extensão, em número ainda não catalogado — é reflexo da necessidade crescente de profissionalização e da demanda por capacitação. A economia estável é um dos fatores preponderantes, ao facilitar o planejamento tanto de quem produz quanto de quem consome cultura. "A área de cultura é a primeira a ser atingida pelas intempéries da economia. O crescimento possibilita que se pense e se estruture projetos a longo prazo", avalia a gestora cultural Maria Helena Cunha.

No entanto, o fenômeno da profissionalização da cultura não é local. Segundo o professor Antonio Albino Rubim, da UFBA, há hoje, no Brasil e no mundo, um desenvolvimento do campo cultural e com ele a necessidade do gestor. Em seu texto Formação em organização da cultura no Brasil, Rubim destaca que nem a nominação da função é uniforme ao redor do mundo. "Denominações as mais distintas são acionadas para intitular o momento da organização da cultura e os profissionais responsáveis por seu tratamento. Assim, a denominação de gerentes e administradores culturais predomina nos Estados Unidos e na França; a noção de animadores e promotores culturais possui uma importante tradição na Espanha; em muitos países da América Latina fala-se em trabalhadores culturais e em outros países podem ser utilizados termos como: mediadores culturais, engenheiros culturais ou científicos culturais. Em Portugal, também se aciona a expressão programadores (…). Mas recentemente a noção de gestão cultural vem ganhando grande vigência em diversos países, inclusive ibero-americanos (…)", cita.

Kátia de Marco, da Associação Brasileira de Gestão Cultural, lembra que as primeiras turmas da pós-graduação em Gestão Cultural da Universidade Cândido Mendes (Ucam), no Rio de Janeiro, eram basicamente formadas por artistas e produtores já atuantes no mercado. Hoje, juntam-se a eles alunos com formação em direito, economia, jornalismo e engenharia de produção, entre outras carreiras. "Há uma percepção de que a cultura é uma oportunidade de especialização, prova de que o setor está se ampliando", observa ela, que, por meio da ABGC, pretende cadastrar os profissionais de gestão cultural do país.

Fonte:http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/08/11/diversaoearte,i=207102/CRESCE+NO+PAIS+A+NECESSIDADE+DE+PROFISSIONALIZAR+FUNCOES+QUE+POSSAM+CONCRETIZAR+PROJETOS+NA+AREA+DA+CULTURA.shtml

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Colégio Santo Agostinho oferece curso gratuito para conclusão do Ensino Superior e Médio

A partir do mês de agosto, as pessoas que não tiveram oportunidade de concluir o Ensino Fundamental e Médio poderão retomar os estudos.A Sociedade Inteligência e Coração, dos Padres Agostinianos, mantenedora do Colégio Santo Agostinho está oferecendo o Curso de Educação Jovens e Adultos, totalmente gratuito, com material didático e lanche para os alunos matriculados.

Para realizar a matricula é necessário que o candidato tenha renda perca pita de um salário mínimo e meio e idade mínima de 15 anos para o Ensino Fundamental (do 1º ao 9º ano) e de 18 anos para o Ensino Médio.

Cada série será feita em seis meses, facilitando a conclusão do curso.

As inscrições estão abertas e devem ser feitas nas unidades:

Santo Agostinho-BH – Ensino Médio (Turno noite). Informações e inscrições de 18 às 21 horas, na Rua Aimorés, 2675, bairro Santo Agostinho. Tel: (31) 2125.6848.
Santo Agostinho – Contagem – Ensino Fundamental e Médio (Turno noite). Informações e inscrições, de 18 às 21 horas, na Rua Marte, 435 – Jardim Riacho das Pedras. Tel: (31) 2103.0704.
Escola Profissionalizante St. Agostinho – Barreiro – Ensino Fundamental (6º e 7º ano, turno tarde) e Ensino Médio (Turno noite). Informações e inscrições, de 8 às 20 horas, na Av. Dep. Antônio Lunardi, 98 – Brasil Industrial. Tel: (31) 3383.9677.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

ArcelorMittal negocia ativos da MMX

Siderúrgica quer expandir operações de minério de ferro no Brasil para impulsionar autossuficiência.

de Leonardo Francia e AE.

A ArcelorMittal, maior siderúrgica do mundo, confirmou ontem que está em conversações para adquirir os ativos de minério de ferro da MMX Mineração e Metálicos, a mineradora do bilionário brasileiro Eike Batista. "Nós estamos em conversações com a MMX sobre esse assunto", disse Sebastião Costa Filho, diretor-presidente da ArcelorMittal Serra Azul, a unidade de minério de ferro no Brasil da siderúrgica.

"Nós teremos uma reunião na sexta-feira no departamento de fusões e aquisições da ArcelorMittal em Londres para tratar desse assunto", disse Costa Filho em uma entrevista por telefone da Ucrânia, onde ele está visitando uma unidade integrada de produção de aço e mineração da siderúrgica.

A ArcelorMittal quer expandir suas operações de minério de ferro no Brasil como parte de uma política do grupo para impulsionar a autossuficiência no fornecimento dos ingredientes da produção de aço, disse Costa Filho.

Mesmo frente à afirmação do chief executive officer (CEO) da ArcelorMittal, a assessoria da MMX em Belo Horizonte reafirmou que "não comenta rumores de mercado".

Os outros interessados nos ativos da mineradora seriam a Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A (Usiminas), a norte-americana Cliff Natural Resources e o grupo siderúrgico chinês Wuhan Iron & Steel (Wisco), que já detém 21,52% das ações da MMX.

A Usiminas, via assessoria de comunicação, negou mais uma vez que tenha iniciado negociações com o empresário. A Wisco, por sua vez, adotou a estratégia de ampliar seus ativos minerários no Brasil, especialmente em Minas Gerais, o que pode sinalizar o interesse dos chineses em adquirir a participação de Batista na mineradora, que corresponde a 43,55% dos papéis. Porém, ao que tudo indica, a ArcelorMittal saiu na frente.

Depois de negociar o Sistema Minas-Rio (no Médio Espinhaço) para a Anglo Ferrous Brasil, subsidiária da Anglo American, em agosto de 2008, por R$ 5,4 bilhões, a venda da participação de Eike Batista na MMX sinaliza que o empresário vai deixar de vez o setor de mineração.

A intenção do empresário seria se concentrar no setor petrolífero, através das atividades da OGX Petróleo e Gás, voltada para a exploração de petróleo, e da OSX, que atua na área de equipamentos e serviços para a indústria offshore de óleo e gás. Ambas as empresas pertencem ao grupo EBX.

O comprador dos ativos da mineradora levará também uma participação de 30% a 40% no terminal portuário da LLX Logística S/A, também do empresário, em construção no porto de Sepetiba, no município de Itaguaí (RJ), localizado a cerca de dois quilômetros do ramal ferroviário da MRS Logística S/A.

A participação no terminal da LLX e sua proximidade com um ramal ferroviário é a grande vedete da transação, uma vez que o porto seria uma alternativa para o embarque do minério de ferro produzido no Quadrilátero Ferrífero, principalmente para os mineradores da região de Serra Azul. O complexo terá profundidade de 20 metros, com capacidade para movimentar 50 milhões de toneladas de minério de ferro por ano.

Em Minas Gerais, o Sistema MMX Sudeste é composto por duas unidades. A primeira é a de Serra Azul, localizada no Quadrilátero Ferrífero, formada por duas mineradoras em operação - a AVG e a Minerminas. A MMX mantém ainda atividades na unidade de Bom Sucesso, na região Centro-Oeste do Estado, onde iniciará as pesquisas geológicas e estudos de engenharia para o desenvolvimento da mina, cujo direito foi adquirido em julho de 2008.

A MMX foi criada em 2005, com três projetos de mineração (Minas-Rio, Corumbá e Amapá) e realizou sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) em julho de 2006, captando mais de US$ 500 milhões, o que até então era um recorde no mercado brasileiro.

Fonte: http://www.diariodocomercio.com.br/